quarta-feira, 30 de junho de 2010

Tema 3 – O Processo de Recolha de Dados (Reflexão I)


No tema 3 os grandes objectivos enunciados pela Professora Alda foram os seguintes:
1- Reflectir sobre a relação entre a utilização de um questionário e os objectivos investigação;
2- Analisar vantagens e desvantagens da utilização do questionário como técnica de recolha de dados;
3- Reflectir sobre os passos determinantes e sobre os cuidados a ter em conta na construção de um questionário com qualidade.
Para a consecução destes objectivos fez-se uma intensa consulta bibliográfica, a análise atenta e cuidada da dissertação de mestrado “Setúbal, as TIC e o Ensino de Inglês: Atitudes dos Professores”, de Conceição Brito, atendendo a que a metodologia privilegiada por esta investigadora se baseou na aplicação e tratamento de questionário para a recolha de dados da sua investigação.
Foi ainda elaborado em Equipa Azul um trabalho colaborativo “Planeamento de Um Questionário” que posteriormente foi colocado em fórum alargado e comentado bem como todos os outros trabalhos elaborados por todas as outras equipas, num vivo debate dos trabalhos e ideias apresentadas. Mais uma vez se deve referir a importância desta partilha para a construção de conhecimento.
Em síntese, pode-se referir algumas ideias que importa sublinhar. O trabalho de investigação com base na elaboração de um questionário oferece um conjunto de vantagens, de entre as quais podemos destacar, o facto de as respostas por escrito serem menos embaraçosas para os inquiridos em determinadas situações, poder proporcionar uma maior rapidez na recolha e análise de dados, ser aplicável a uma grande amostra e como tal permitir a generalização das conclusões, bem como a grande aceitabilidade pelos públicos-alvo.
O inquérito é um instrumento privilegiado na recolha de dados sempre que a investigação tem necessidade de obter informação sobre uma grande variedade de comportamentos de um individuo ou grupo e cuja observação directa pode ser impossível, até por se reportar ao passado. Por questões éticas e deontológicas, o inquérito apresenta-se como uma forma de ultrapassar algumas dificuldades, nomeadamente quando está em causa alguma intimidade dos informantes.
É também muito eficaz quando a investigação necessita de registo de opiniões, preferências e outras que têm de ser expressas pelos próprios. Revela-se muito útil quando os dados que interessam à investigação são algo de interesse geral mas que se produz num dado momento e sociedade e pode ser expresso por um conjunto de indivíduos inquiridos.
Contudo, estão-lhe também associadas algumas desvantagens: dificuldades ao nível da concepção, o perigo de generalizações erradas se a população-alvo não for representativa do universo em estudo, a possibilidade de ocorrerem erros no tratamento de dados que comprometam a investigação e haver uma elevada taxa de não respostas.
A concepção de um questionário deve atender a algumas considerações antes, durante e depois da sua aplicação. Assim, a aparência estética de um questionário é um aspecto importante funcionando como marketing para o respondente. O “layout” do questionário deve ser claro e atraente de modo a persuadir o respondente. O questionário deve ser curto, claro e com espaços adequados entre as perguntas. As questões devem ser de tal modo claras que não podem oferecer qualquer dúvida ou embaraço ao inquirido. E por fim, deve referir-se o facto desta metodologia de recolha de dados ser uma entre muitas possíveis a integrar numa investigação. O cruzamento de informações e a recolha de vários processos pode enriquecer a investigação.



Carmo, F. & Ferreira, M. (2008): Metodologia da Investigação - Guia para Auto-aprendizagem.2ªed. Lisboa: Universidade Aberta
Ghiglione, R; Matalon, B. (1992). O Inquérito, Teoria e Prática. Oeiras: Celta Editora.
Hill, M. & Hill, A. (2005). Introdução à Investigação. Lisboa: Adições Sílabo, Lda

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